A revista Mente & Cérebro que está nas bancas apresenta uma matéria sobre “Os porões da psiquiatria soviética: Medicamentos e diagnósticos foram usados como armas na antiga URSS para conter os descontentes com o regime e os que se mostravam ‘perigosamente’ criativos”. A coluna do escritor Moacyr Scliar nesta edição trata do mesmo assunto. Com o título “Psiquiatria & política”, Scliar conta que “o escritor gaúcho Sergio Faraco viveu na década de 60 na URSS, onde foi internado em um hospício por discordar de dirigentes do regime”. Leia um trecho da coluna de Scliar a seguir:
"(...)pouca gente sabe que um brasileiro também passou por um hospital psiquiátrico soviético. Trata-se do grande escritor Sérgio Faraco (Alegrete, 1940) que, jovem simpatizante do comunismo, viveu de 1963 a 1965 na União Soviética, como aluno do Instituto Internacional de Ciências Sociais. Nessa época teve problemas com os dirigentes comunistas, que não toleravam seu espírito independente. Finalmente Faraco foi internado num hospital psiquiátrico, sombria experiência que ele narrou no premiado Lágrimas na Chuva (2002). (...) Porém, uma enfermeira chamada Lara o ajuda. Quando Faraco lhe contou que, antes da internação, estava escrevendo um livro, ela levou até ele os cadernos nos quais trabalhava. (...) Mas nem essa esperança se sustentou(...) Não ser tratado como bicho: era tudo a que podia aspirar um 'paciente' do sistema psiquiátrico soviético. Que, convenhamos, não deixou saudades".
"(...)pouca gente sabe que um brasileiro também passou por um hospital psiquiátrico soviético. Trata-se do grande escritor Sérgio Faraco (Alegrete, 1940) que, jovem simpatizante do comunismo, viveu de 1963 a 1965 na União Soviética, como aluno do Instituto Internacional de Ciências Sociais. Nessa época teve problemas com os dirigentes comunistas, que não toleravam seu espírito independente. Finalmente Faraco foi internado num hospital psiquiátrico, sombria experiência que ele narrou no premiado Lágrimas na Chuva (2002). (...) Porém, uma enfermeira chamada Lara o ajuda. Quando Faraco lhe contou que, antes da internação, estava escrevendo um livro, ela levou até ele os cadernos nos quais trabalhava. (...) Mas nem essa esperança se sustentou(...) Não ser tratado como bicho: era tudo a que podia aspirar um 'paciente' do sistema psiquiátrico soviético. Que, convenhamos, não deixou saudades".