A TV Globo, nos primeiros anos do século, lançou o Projeto Quadrante, que ambicionava registrar certas vertentes culturais do país e compreendia quatro microsséries dirigidas por Luiz Fernando Carvalho: A pedra do reino, de Ariano Suassuna, Capitu, de Machado de Assis, Dançar tango em Porto Alegre, de Sergio Faraco, e Dois irmãos, de Milton Hatoum. Diante do que a Globo considerou uma inexpressiva audiência das duas primeiras e um custo de produção muito alto, o projeto foi suspenso. Mais tarde, a Globo o retomou, mas logo o suspendeu novamente, sem que nenhuma dessas mudanças fosse comunicada ao autor gaúcho. Faraco considera que esse tosco procedimento tornou inviável qualquer entendimento presente ou futuro com a emissora, e que a correspondência tardia recebida do diretor do projeto, historiando seu papel naqueles episódios, não é uma explicação bastante. Esclarece também que seu conto Dançar tango em Porto Alegre, embora ainda esteja, por contrato, à disposição da Globo, pode ser usado por qualquer outra emissora para produções de qualquer tipo, uma vez que em julho do presente ano caducou a cláusula de exclusividade do dito contrato e Faraco não se dispõe a renová-la.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Resenha de "A dama do bar Nevada" no "Meia Palavra"

Um mundo melhor merece uma nota à parte. Nesse conto, Faraco explora o diálogo entre a realidade e a ficção, bordejando as fronteiras que separam uma e outra para descortinar os sentidos ocultos da arte e seu retrato (reelaborado) da realidade. Usando uma situação concreta para dar corpo à elaboração da questão, Faraco, na singela extensão do conto, não só aprofunda visões superficiais – que buscam abstrair a literatura -, como também explora as prerrogativas e liberdades da arte para toldar o leitor em um plot twist e faze-lo refletir sobre as peculiaridades da representação e suas contrapartes. (...)
Leia a resenha completa de Lucas Deschain no blog meia palavra.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Jornal eletrônico "Povo do Diário"
Oportunidade rara de encontrar com Sergio Faraco
Com uma extensa obra de ficção, Faraco é indicado sempre em lugar de destaque entre os grandes contistas brasileiros pela crítica especializada.
Avesso a participação em eventos públicos, hoje o escritor autografa três livros pela L&PM, às 18:30h, na Praça de Autógrafos da Feira do Livro.
Leia perfil exlusivo de Faraco para Povo do Diário e abaixo um texto de Renato Lemos Dalto sobre o autor.
(...) Mas Faraco diminuiu o ritmo, sim, deliberadamente. Tem dito e redito, nas entrevistas que ainda concede, que desde meados dos anos 90 sente uma descontinuação no seu trabalho ficcional e que talvez nem tente mais continuar escrevendo contos. Não se pense, no entanto, que esteja jogando a toalha. Na verdade, ele hoje se permite outras fontes de prazer além da escrita, que dominou com o talento de um virtuose. A família (foto à direita) é o centro das suas atenções, com a esposa Cybele e os filhos Bianca, Angélica e Bruno. O pequeno Gu, apelido do neto Vinicius, é quem mais lhe chama, e exige, claro, a atenção – Faraco se encanta com as tiradas inteligentes do lindo piá de três aninhos. A casa onde mora, na Zona Sul de Porto Alegre, também o rouba da atividade literária, pois o escritor se transmuta em jardineiro, marceneiro, pintor, eletricista... Aos 71 anos, goza de saúde e disposição invejáveis para inúmeras tarefas pesadas que executa no jardim e dentro de casa, como um forro novo na sala de visitas. Essa empreitada rendeu até uma crônica para Zero Hora, “O forro eterno”, tamanha a dimensão da obra. Tão meticuloso e perfeccionista nos afaz
eres domésticos quanto na escrita, Faraco também é cauteloso. Cerca-se do máximo de segurança possível ao se pendurar no flamboyant para podar os galhos ou subir no telhado para trocar uma telha. Por vezes, no entanto, pequenos acidentes acontecem, e o escritor aparece com um braço lanhado, um roxo nas canelas. Acidentes só nunca aconteceram mesmo no seu texto e, deste, afortunadamente temos uma obra inteira para ler e reler, sempre com uma nova emoção. (...)

O escritor do inverno de nossas almas
(...) — Não parei de escrever em 95, mas em 90, com o “Conto do Inverno”. E durante nove anos, não mais pude escrever contos. Quando publiquei os “Contos completos”, disse comigo: “Já que não posso fazer mais nada, vou me despedir”. Até 99, continuei sem escrever e publicar histórias novas. Tentava, mas o resultado não me satisfazia. De resto, as muitas traduções que fazia cobravam seu preço. Traduzi mais de 25 livros. E eu tinha dificuldade para traduzir os tropeços dos outros. Quando via um problema, tentava reescrever com o estilo do autor. Digamos que isso me transformava, porque tinha de assumir o rosto do outro. Era como se eu fosse um trompetista obrigado a tocar trombone, sax e outros instrumentos, e viesse perdendo, por isso mesmo, a embocadura do trompete.
Quando “Madrugada” veio a público, em 99, era um prenúncio de que voltaria a reunir seus contos em mais um livro. É assim que, na primavera de 2000, lança “Rondas de escárnio e loucura”, com 11 contos, e reacende, para os leitores, a densidade emocional de sua prosa. É como se o canto do urutau, solitário, se anunciasse de novo na noite primaveril. A fonte não tinha secado. E a água era boa e límpida. (...)
Acesse o link do Povo do Diário para ler o post completo.
Assinar:
Postagens (Atom)